APOCALIPSE E A IGREJA DE ESMIRNA 1ª PARTE

Apocalipse e a igreja de Esmirna

E  ao anjo da igreja que está em Esmirna, escreve: Isto diz o primeiro e o último, que foi morto, e reviveu: Conheço as tuas obras, e tribulação, e pobreza (mas tu és rico), e a blasfêmia dos que se dizem judeus, e não o são, mas são a sinagoga de Satanás. Nada temas das coisas que hás de padecer. Eis que o diabo lançará alguns de vós na prisão, para que sejais tentados; e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida.  Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: O que vencer não receberá o dano da segunda morte (AP 2:8-11).

PANORAMA HISTÓRICO DA CIDADE

Esmirna significa “mirra” - Espécie de planta original da Índia, muito usada na fabricação de perfumes e especiarias na antiguidade e até hoje. Quando esmagada exala um aroma doce; porém quando ingerida tem um gosto amargo. A mirra foi um dos três presentes dados a Jesus pelos Reis Magos no dia do seu nascimento.  “Entrando na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se, o adoraram; e, abrindo os seus tesouros, entregaram-lhe suas ofertas: ouro, incenso e mirra.” (Mt 2:11). 

A mirra apontava para Jesus como o Servo Sofredor, que entregaria na cruz a sua vida por nós. Na crucificação de Cristo foi oferecido vinho misturado com mirra, mas ele recusou (Mc 15:23). A mirra também foi usada no sepultamento de Jesus (Jo 19:39).

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Esmirna era uma cidade antiga de uma região habitada durante milhares de anos antes de Cristo. A cidade antiga foi destruída pelos lídios em 600 a.C., e reconstruída  por Alexandre Magno no final do 4º século a.C.. A partir daí a cidade ganhou nova vida, e pode ser descrita como uma cidade que morreu e tornou a viver. Esmirna era uma cidade que, a exemplo da Fênix, o pássaro da mitologia grega, havia também renascido das cinzas. 

Durante o domínio romano, Esmirna se tornou um centro de idolatria oficial, conhecida como Guardião do Templo (grego, neokoros). Alguns escritores afirmam que, Esmirna era uma cidade que se tornara, desde o seu renascimento, uma ardorosa e fiel simpatizante de Roma mesmo antes desta se tornar o mais duradouro império. Sua fidelidade a Roma era fato notório.  Foi a primeira cidade a construir um templo à Deusa de Roma e em uma licitação venceu outras 11 cidades ganhando o direito de poder construir um templo ao Imperador romano Tibério. Nesse templo todos os moradores de Esmirna afluíam no intuito de prestar culto e adoração ao imperador romano já que este gozava o status de divindade.

Na época do Novo Testamento, a cidade provavelmente tinha uma população de aproximadamente 100.000 habitantes. Esmirna disputava com Éfeso e Pérgamo a fama de ser chamada de maior cidade da Ásia. Ruas e edifícios se estendiam através do litoral que circundava as montanhas. Fontes emanavam com águas do aqueduto da cidade. Um teatro ficava numa das áreas mais altas da cidade e de lá se contemplava a parte mais baixa da cidade. Esmirna reivindica o título de berço do poeta Homero e construiu um relicário em sua honra. Havia uma biblioteca, ginásios, termas e um estádio que contribuíam para a vida cultural dos habitantes de Esmirna. A cidade atraiu oradores, como Apolônio de Tyana no primeiro século, e outros renomados, no segundo século.  Em Esmirna foi descoberta uma imagem de Posêidon (deus grego do mar) e outra de Deméter (deusa grega da ceifa e da terra), na praça principal da cidade.

Por ser um porto excelente, facilitando o comércio entre a Ásia e a Europa, era considerada o centro comercial da Ásia menor. Portanto, a cidade era considerada muito rica na época em que sua igreja é citada no livro de Apocalipse.

Hoje conhecida com Izmir pelos mulçumanos  “Izmir e infiel” é a terceira maior cidade da Turquia e o segundo mais importante porto do país.  A cidade tem mais de 3.000.000 de habitantes e se rivaliza com Ankara, capital da Turquia e Istambul, cidade das mais modernas da Eurásia, já que nela, (Turquia), há a divisão entre Europa e Ásia.

A cidade de Esmirna, cujo nome significa: “mirra”, caracterizou-se pela forte oposição e resistência ao cristianismo no primeiro século da nossa era. A igreja local originou-se da grande colônia judaica ali estabelecida. Em Esmirna, no ano (159 d. C.), Policarpo, seu bispo, foi martirizado.   

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O INICIO DA IGREJA EM ESMIRNA

Muito pouco se sabe sobre a Igreja de Esmirna, o que sabemos está registrado no livro dos Atos dos Apóstolos durante o período em que Paulo ficou em Éfeso, na sua terceira viagem evangelística, que “todos os habitantes da Ásia” ouviram o evangelho de Jesus: “E durou isto por espaço de dois anos; de tal maneira que todos os que habitavam na Ásia ouviram a palavra do Senhor Jesus, assim judeus como gregos.” (Atos 19:10). 

É bem possível que a cidade de Esmirna, situada aproximadamente 65 km ao norte de Éfeso, tenha ouvido falar nas pregações de Paulo e alguns cidadãos ao retornar de Éfeso  tenha iniciado algum trabalho evangelístico em sua casa nesta cidade. A primeira vez que ela é identificada por nome é nas citações no livro do Apocalipse. Por isso, não se tem informações específicas sobre esta igreja. O que temos é somente os quatro versículos desta carta ao anjo da igreja em Esmirna. Esta igreja veio a ser construída em meio ao berço do paganismo e idolatria; era isso que Esmirna era; o berço do paganismo. Cibele, Apolo, Asclépio, Afrodite e Zeus; todos os deuses eram abertamente adorados em Esmirna. 

Mas o que se sabe ao certo é que foi uma igreja que permaneceu fiel em meio às intensas perseguição  dos judeus, dos cidadãos locais e principalmente das autoridades romanas. Em Esmirna ser cristão era sinônimo de perseguição e morte.  O pouco que sabemos é positivo. Esta carta elogia e encoraja, sem oferecer nenhuma crítica dos cristãos em Esmirna.

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A IGREJA PERSEGUIDA

“Conheço as tuas obras, e tribulação, e pobreza (mas tu és rico), e a blasfêmia dos que se dizem judeus, e não o são, mas são a sinagoga de Satanás” (Ap. 2:9).

Apesar de a igreja estar implantada numa cidade próspera, os cristãos aqui eram pobres. A pobreza dos cristãos em Esmirna era geral; economicamente, não tinham nenhum recurso, não possuíam nada, mas JESUS diz que eram ricos espiritualmente. A pobreza material não tem importância quando há riqueza espiritual. Os cristãos dessa igreja, além de não possuírem praticamente nenhum bem ou dinheiro, sofriam muitas calúnias e perseguições. Provavelmente descriminados por causa da fé, e assim se tornaram pobres. É bem possível, também, que tivessem sacrificado seus recursos em prol do evangelho de Cristo. A situação dos discípulos em Esmirna era muito melhor do que a da igreja em Laodicéia, que se achava rica apesar de sua pobreza espiritual (3:17).

Steven J. Lawson explica que o: “O nome 'Esmirna' significa mirra – fragrância usada para se fabricar perfume. Quando esmagada a casca da mirra exala doce aroma. Esta é a precisa decisão da igreja. Quanto mais esmagada pelo mundo em virtude de sua fé em Cristo, mais o aroma de seu testemunho exala diante da oposição, a fragrância daquela igreja espalhara-se por toda a Ásia menor.” 

Severino Pedro da Silva faz a seguinte observação: “O nome descreve bem a igreja perseguida até a morte, embalsamada nos perfumes prévios de seu sofrimento, tal como foi a igreja de Esmirna. Foi a igreja da mirra ou amargura; entretanto, foi agradável e preciosa para o Senhor. Esmirna também é famosa por ser a terra natal de Homero (o poeta cego da mitologia grega) e como lar de Policarpo (bispo de Esmirna)”.

“E ao anjo da igreja que está em Esmirna, escreve: Isto diz o primeiro e o último, que foi morto, e reviveu”. (Ap 2:8). Como já sabemos, Policarpo era o anjo da igreja de Esmirna no tempo em que esta carta foi enviada a esta igreja. Esse pastor nasceu em (69 d.C., e morreu em (159 d.C.). 

O Dr. Russell Norman, diz que a etimologia do nome “Policarpo” significa “muito forte” ou “frutífero”. Policarpo foi discípulo pessoal do Apóstolo João, homem muito consagrado, foi o 'principal pastor' da igreja de Esmirna durante o exílio do Apóstolo em Patmos. ‘A narrativa de seu martírio é narrado por Eusébio, em sua História Eclesiástica (...).’ Foi levado à arena, lugar dos jogos olímpicos, um dos maiores teatros abertos da Ásia Menor, parte da qual construção permanece de pé até hoje”. Policarpo deve ser realmente, o 'anjo' do texto em foco, pois as evidências assim o declara (Ec 7.27)."  - Pr. Antonio Lourenço.


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