FRUTOS DO ESPÍRITO


OS FRUTOS DO ESPÍRITO

Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Contra estas coisas não há lei.” Gálatas 5:22,23.

Para melhor compreendermos o que Paulo realmente está falando, quero aqui expressar algumas verdades inseridas nestes versículos.

A primeira verdade é que o amor é a suprema graça cristã: “o fruto do Espírito é amor”.

Na verdade Paulo menciona um conjunto de nove qualidades que, juntas, ele chama de “fruto” do Espírito; o amor, porém, tem o lugar de honra.

Se perguntar para você: Qual é a principal marca que distingui um cristão? Qual é o símbolo que comprova a autenticidade dos filhos de Deus? O que você me responderia?

Talvez você responderia que o que distingue o cristão verdadeiro é a convicção certa, a fidelidade às doutrinas da Escritura, aos Credos, e às Confissões da Reforma. E está certo.

A sã doutrina é vital para a saúde da igreja. Nós somos exortados a “combater o bom combate da fé”, a “guardar o depósito” da religião revelada, a “permanecer firmes e guardar as tradições Bíblicas que nos foram ensinadas”, e a “batalhar diligentemente pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos”.

Milita a boa milícia da fé, toma posse da vida eterna, para a qual também foste chamado, tendo já feito boa confissão diante de muitas testemunhas.”I Timóteo 6:12.

Nunca devemos esquecer estas solenes advertências. Entretanto, “Ainda que… conheça todos os mistérios e toda a ciência… se não tiver amor, nada serei”. Além disso, “o saber ensoberbece, mas o amor edifica”. Portanto, o amor é maior do que o conhecimento.

Outros insistem em dizer que o que distingue um cristão de verdade é a fé.

Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, Nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.” Romanos 8:38, 39

O homem é justificado pela fé, independentemente das obras da lei. Como disse Lutero, a justificação pela fé é “o principal artigo de toda a doutrina cristã” que “produz cristãos de verdade”.

Apesar disso, “ainda que eu tenha tamanha fé ao ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei”. O grande apóstolo da fé deixa claro que o amor é maior do que a fé.

Um terceiro grupo enfatiza que a marca distintiva do cristão é a experiência religiosa.

Eu também concordo. É essencial ter um relacionamento íntimo e pessoal com Deus através de Jesus Cristo. O testemunho do Espírito Santo em nós tem que ser real.

O falar em Línguas é uma evidência do Espírito Santo em nós, as profecias, as revelações, a cura e os milagres.

No entanto, “Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos” e “ainda que eu tenha o dom de profetizar” (reivindicando, assim, uma comunicação direta com Deus), “se não tiver amor, nada serei”. Assim, o amor é maior do que a experiência.

Algumas pessoas enfatizam que a marca que distingue um cristão verdadeiro é o serviço, especialmente o serviço aos pobres.

Devemos observar que: Sem boas obras, a fé é morta. Se o próprio Jesus colocou-se ao lado dos pobres, seus discípulos também devem fazê-lo. Se vemos pessoas em necessidade e temos condições de ajudá-las, mas não nos apiedamos delas, como é que podemos dizer que o amor de Deus está em nós?

Contudo, "ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres, e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado se não tiver amor, nada disso me aproveitará".

Assim, o amor é maior do que o serviço.

Resumindo, o conhecimento é vital, a fé é indispensável, a experiência religiosa é necessária e o serviço é essencial.

Paulo, contudo, dá precedência ao amor. O amor é a coisa mais importante do mundo, pois “Deus é amor”.

Portanto, aquele que é amor e que derramou o seu amor sobre nós convida-nos a devolver esse amor, amando a ele e também uns aos outros.

"Nós amamos porque ele nos amou primeiro."O amor é a marca principal, o selo de excelência, o símbolo supremo que distingue o povo de Deus. Nada pode substituí-lo. O amor está acima de tudo.

Eu entendo que o “o verdadeiro cristão deve ser conhecido pelo AMOR.

O AMOR deve vir em primeiro lugar.

Outra verdade que surge neste texto é que o amor verdadeiro e supremo, que é fonte de alegria e paz, é o fruto do Espírito Santo, isto é, a consequência natural da obra sobrenatural do Espírito Santo em nós.

O CONFLITO ENTRE A CARNE E O ESPÍRITO

O apóstolo Paulo também faz um contraste entre “a carne” e “o Espírito”, entre “as obras da carne” e “o fruto do Espírito”.

Ao falar em “carne”, Paulo está se referindo à nossa natureza herdada, caída e corrupta, com sua propensão para o mal, seus desejos corruptos e suas exigências egoístas.

Ao falar em “Espírito”, Paulo está se referindo ao próprio Espírito Santo, que se integra a nossa personalidade quando nos arrependemos e confiamos em Jesus, e cuja presença em nós é a marca da identidade cristã e o segredo da santidade cristã.

De um lado está “a carne”, nossa natureza caída e egocêntrica, e do outro lado está “o Espírito”, o Espírito de Deus que habita pessoalmente em nós.

Em Gálatas 5:17 está registrado assim: “Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes se opõem um ao outro, para que não façais o que quereis”.

Os dois são inimigos. Portanto, tanto a carne como o Espírito têm desejos, os quais são vivos, ativos, fortes e vigorosos. Os desejos da carne e os do Espírito são desejos opostos entre si.

O QUE DEVO FAZER PARA QUE O ESPÍRITO VENÇA A CARNE?

Paulo enfatiza que os desejos da carne e os do Espírito são desejos controláveis. É possível, escreve ele, o Espírito ganhar ascendência sobre a carne e subjugá-la, o amor triunfar sobre o egoísmo e a bondade vencer o mal.

Como? O segredo está em assumirmos a atitude correta, tanto para com a carne como para com o Espírito.

Nossa atitude para com a nossa natureza caída deveria ser de implacável repúdio, pois “os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e concupiscências.

Isto é, nós pegamos essa coisa má, repugnante e enganosa chamada “carne” e a pregamos na cruz.

A crucificação não produz uma morte rápida ou fácil; ela é uma execução que se caracteriza por um sofrimento extremamente demorado. Contudo, é decisiva; não há como escapar dela.

Nossa atitude em relação ao Espírito, por sua vez, deve ser de entrega incondicional. Paulo usa diversas expressões para isso: nós devemos “viver no Espírito”, ser “guiados pelo Espírito” e “andar no Espírito”.

Ou seja, temos de permitir que ele exerça sobre nós sua legítima soberania, e então seguir suas justas orientações.

Assim, ambos os processos — repudiar a carne e render-se ao Espírito — precisam repetir-se diariamente, por mais decisivo que tenha sido originalmente o nosso repúdio e mais completa a nossa rendição.

Jesus disse que temos que “tomar a nossa cruz dia a dia” e segui-lo. Tanto o nosso repúdio como a nossa entrega são igualmente manifestos em hábitos de vida disciplinados. Quem “semeia para o Espírito” é que colhe o fruto do Espírito. E “semear para o Espírito” significa cultivar as coisas do Espírito - por exemplo, sendo disciplinados na nossa vida de oração e leitura diária da Bíblia, participando dos cultos e da Ceia do Senhor, desenvolvendo amizades cristãs e envolvendo-nos no serviço cristão.

Lembre-se: Nós colhemos aquilo que semeamos. A lei é imutável. E nunca será diferente, pois “de Deus não se zomba”. Portanto, não fiquemos surpresos se não colhermos o fruto do Espírito, quando o tempo todo estamos semeando para a carne. Ou porventura pensamos que poderíamos trapacear ou enganar a Deus?

Obs. Este estudo foi construído com bases no livro “Ouça o Espirito, ouça o mundo” de John Stott.



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